Número de divórcios no Brasil é o
maior desde 1984, diz IBGE
Taxa de divórcio atingiu seu maior valor, de 1,8 por mil habitantes em 2010.
Segundo IBGE, mudança na legislação contribuiu para elevação.
O
fim da exigência de prazos para dissolução dos casamentos fez com que a taxa
geral de divórcios atingisse, em 2010, o seu maior patamar desde 1984, quando
foi iniciada a série histórica das Estatísticas do Registro Civil, divulgada
nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
taxa geral de divórcio no país
atingiu seu maior valor, de 1,8 por mil habitantes no ano de 2010 entre pessoas
de 20 anos ou mais, segundo o instituto. Em 2007, a possibilidade do divórcio
por via administrativa também impulsionou o crescimento da taxa, avaliou o
instituto.
Segundo o IBGE,
foram registrados no ano passado 243.224 divórcios, por meio de processos
judiciais ou escrituras públicas, e as separações totalizaram 67.623 processos
ou escrituras.
Uma
mudança constitucional, em vigor desde julho do ano passado,
permitiu acelerar os pedidos de divórcio no país. Assim, a taxa geral de
separação apresentou queda significativa, chegando a 0,5 (uma separação para
cada 500 pessoas), o menor índice desde o início da série.
Até então, para se
divorciar o casal precisava ter pelo menos um ano de separação judicial –
decretada por um juiz – ou dois anos na separação de fato, em que marido e
mulher já vivem separados, mas são considerados casados perante a Justiça. Com
a nova regra, é possível requerer a dissolução do casamento a qualquer tempo,
assim que o casal decidir, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa.
Em 2010, a idade média
de quem se divorciou foi de 43 anos, entre os homens, e de 39 anos, entre as
mulheres. Em 2000, a idade média dos homens e mulheres que se divorciaram era,
respectivamente, 41 e 38 anos.
Aumentam
divórcios entre casais sem filhos
O estudo do IBGE mostra um crescimento nas dissoluções de casais que não tinham filhos, passando de 26,1% do total, em 2000, para 40,3%, em 2010. Esta tendência foi observada também entre os casais que tinham somente filhos maiores de idade. Neste caso, a evolução foi de 13,3% para 22,3%, nos respectivos anos.
Já a participação dos
divórcios cujos casais tinham somente filhos menores caiu em 10 anos de 52,1%
para 31,6%.
Quanto à natureza dos
divórcios, 75,2% foram consensuais, em 2010, segundo o IBGE.
Dentre os não consensuais, 52,2% foram requeridos por mulheres. No caso das separações, 71% delas foram consensuais em 2010. Entre aquelas que foram judiciais não consensuais, 70,5% foram requeridas pela mulher.
Segundo a pesquisa,
40,9% dos divórcios registrados no ano passado foram de casamentos que duraram
no máximo 10 anos. Em 2000, os divórcios de uniões com até 10 anos
representaram 33,3% do total.
O levantamento mostra
que houve uniformidade na distribuição dos divórcios por anos de duração do
casamento. Os menores percentuais observados até o primeiro ano da união e os
posteriores a 28 anos. Os maiores percentuais de divórcios se concentraram na
faixa de 2 a 5 anos de casamento.
Cresce
percentual de guarda compartilhada
As mulheres ainda detêm a hegemonia na responsabilidade pela guarda dos filhos menores (87,3%), mas houve um crescimento do compartilhamento da guarda dos filhos menores entre os cônjuges, que passou de 2,7% em 2000 para 5,5% em 2010. No país, apenas 5,6% dos filhos menores ficaram sob a guarda dos homens no ano passado.
De acordo com o IBGE,
Salvador é a capital que registrou no ano passado a maior proporção de filhos
sob guarda compartilhada. Na capital da Bahia, 46,54% dos filhos menores de
casais que se divorciaram em 2010 (1.196 pessoas) ficaram sob responsabilidade
de ambos os cônjuges, a maior proporção entre as capitais.
Entre os estados, Bahia se destacou com 17,27% dos filhos menores cuja guarda foi compartilhada entre os dois pais. Amazonas (2,2%) e Rio de Janeiro (3,03%) registraram os menores percentuais.
A pesquisa mostra ainda
que houve queda das percentagens de divórcios cujo
regime
de bens do casamento foi o de comunhão universal, passando para 29,9 para 13,9
em 2010.
O percentual de divórcios de casamentos com regime de comunhão parcial de bens subiu, em 10 anos, de 66,1% para 81,7%. Os divórcios dos casamentos com regime de separação de bens, por sua vez, se elevaram, de 3,7%, em 2000, para 4,1%, em 2010.
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